Passeava nas ruas de Notting Hill, estava frio, próprio de Dezembro, quase a anoitecer, tentava absorver tudo à minha volta, as cores suaves de todas as casinhas, as luzes de natal, o cheirinho da lenha queimada, a pronúncia tipicamente inglesa e senti-me feliz porque estava a adorar o passeio.
De repente algo me chamou a atenção. Uma voz rouca e sorridente que se assemelhava à do Louis Armstrong e um som mágico que saía de um instrumento desconhecido fez com que não fosse capaz de continuar a andar.
Carinhosamente olhou-me e perguntou se queria que cantasse alguma música e eu revelando alguma timidez respondi "Something you want". Começou a cantar sem nunca parar de sorrir e o som mágico voltou. Naquele instante senti que o tempo parou, de repente esqueci-me onde estava, só existia eu, a música, aquela voz e aquele sorriso, as cores e as luzes. Um arrepio percorreu a minha pele aquecida pelo sobretudo, e sem me aperceber os meus olhos brilhavam, cheios de lágrimas.
Apesar de não reconhecer a música, ouvia-se no refrão "you give me something"...
Há momentos que de banais, passam a especiais e não conseguimos explicar mas a verdade é que nunca os esquecemos.
De volta à realidade, dei uma merecida moeda ao senhor, com as mãos frias, limpei envergonhadamente as lágrimas, fiz esta fotografia, sorri em jeito de despedida e segui o meu caminho. Dei por mim a trautear o refrão e a pensar: Deste-me sem dúvida alguma coisa!
Há momentos que de banais, passam a especiais e não conseguimos explicar mas a verdade é que nunca os esquecemos.
De volta à realidade, dei uma merecida moeda ao senhor, com as mãos frias, limpei envergonhadamente as lágrimas, fiz esta fotografia, sorri em jeito de despedida e segui o meu caminho. Dei por mim a trautear o refrão e a pensar: Deste-me sem dúvida alguma coisa!
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